Uma delegação da coordenadora distrital de Santarém do Bloco de Esquerda (BE) reuniu administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS), com vista a identificar os principais constrangimentos desta unidade hospitalar.

Nesta reunião, o BE constatou que a recorrente carência de médicos de família e horários reduzidos nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) agravam a pressão sobre os serviços hospitalares, com a procura por utentes que deveriam ser atendidos nos Centros de Saúde.

Além disso, “a este quadro exigente o HDS está a responder com um número de clínicos cerca de 40 por cento abaixo do necessário. A ortopedia e a medicina interna são especialidades particularmente subdotadas. Inclusivamente, neste último caso, o número de médicos deveria ser o dobro do existente”, realça o BE, em comunicado, a que se junta a recusa dos médicos a fazerem mais de 150h extraordinárias, que está a dificultar muito a elaboração das escalas, reconheceu a administração do HDS, para além de que “as baixas remunerações e as iniquidades criadas pelo obrigatório recurso a tarefeiros mais bem pagos do que os médicos do quadro dificultam a contratação de clínicos e enfraquecem o compromisso dos profissionais com a unidade hospitalar, debilitando o necessário espírito de equipa”.

Assim, para o BE, “ficou claro que se impõe o reforço da rede dos Cuidados de Saúde Primários, como forma de aliviar a pressão sobre os serviços hospitalares, a quem a população recorre na falta de respostas de proximidade. É preciso reforçar também os quadros do próprio HDS e para tal exige-se uma resposta nacional positiva às exigências dos clínicos, nomeadamente com melhores remunerações, horários de trabalho menos penalizadores e carreiras motivadoras”, acrescenta o comunicado.

Por se exigirem “políticas que respondam às gritantes falhas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que deixam populações ao abandono, sobretudo as mais desfavorecidas, e frustram os esforços dos profissionais de saúde”, o BE vai apresentar “propostas de reforço do SNS visando o cumprimento do irrenunciável direito constitucional à saúde” na próxima campanha eleitoral.