Opinião – A Ascensão dos Medíocres

A mediocridade reina e governa.
Nunca tivemos tantos medíocres em cargos de poder. Seja na política, nas empresas, nas instituições ou em algumas associações e coletividades que gerem dinheiros públicos sem honra nem compromisso.
Vemos e ouvimos patetas a falarem com propriedade de sábios e assistimos ao afastamento dos que sabem e tem competência, mas recusam privar com parvos com mania de espertos.
Políticos e gestores que fazem das instituições que representam a sua casa ou coutada e que repartem pela família e pelos amigos enquanto exploram os que estão fora do sistema.
É preciso alimentar os medíocres e dar-lhes espaço e visibilidade porque o medíocre é naturalmente manipulável, controlável e obediente. É o parceiro perfeito para um líder fraco.
O medíocre fica satisfeito com as migalhas de quem o manipula e é ainda capaz de fazer o que o manipulador não faz. Quem comanda tem de gerir a sua reputação e usa os comandados para fazer o jogo sujo. Usa-os para criar barreiras à intervenção dos que pensam e agem livremente e não permitem manipulações.
Podemos centrar-nos na espuma dos dias que correm em Portugal, mas basta olhar com olhos de ver e observar o que se passa na nossa comunidade onde quase todos conhecemos a capacidade, os limites e as motivações de cada um de nós.
É assustador como crianças inteligentes criadas e educadas com valores nobres se transformaram em adultos obedientes, subservientes e dependentes de medíocres.
Como é que alguém incapaz para gerir a sua vida privada, profissional e familiar pode ser um bom gestor público?
Um mau ser humano, um mau chefe de família, um trabalhador medíocre nunca será um bom pastor.
Há demasiados detentores de cargos e responsabilidades a gerir recursos públicos a favor dos que lhe estão próximos num nepotismo, amiguismo e clientelismo atrozes.
Os modos de ser e estar destes pequenos ditadores adiam o progresso e o desenvolvimento dos territórios e das comunidades.
A mediocridade afasta os que tem espírito crítico, conhecimento, capacidade e asas para voar sem vender a alma.
As comunidades perdem massa crítica e identidade.
Ficam mais vulgares e fúteis.
Perdem Futuro!
Nelson Lopes – Licenciado em Ciências da Comunicação
Pós Graduado em Jornalismo Judiciário e Gestão Autárquica