Opinião/2022 A Redação Maio 2, 2023 (Comments off) (394)

Opinião – A Ascensão dos Medíocres 

A mediocridade reina e governa. 

Nunca tivemos tantos medíocres em cargos de poder. Seja na política, nas empresas, nas instituições ou em algumas associações e coletividades que gerem dinheiros públicos sem honra nem compromisso. 

Vemos e ouvimos patetas a falarem com propriedade de sábios e assistimos ao afastamento dos que sabem e tem competência, mas recusam privar com parvos com mania de espertos. 

Políticos e gestores que fazem das instituições que representam a sua casa ou coutada e que repartem pela família e pelos amigos enquanto exploram os que estão fora do sistema. 

É preciso alimentar os medíocres e dar-lhes espaço e visibilidade porque o medíocre é naturalmente manipulável, controlável e obediente. É o parceiro perfeito para um líder fraco. 

O medíocre fica satisfeito com as migalhas de quem o manipula e é ainda capaz de fazer o que o manipulador não faz. Quem comanda tem de gerir a sua reputação e usa os comandados para fazer o jogo sujo. Usa-os para criar barreiras à intervenção dos que pensam e agem livremente e não permitem manipulações. 

Podemos centrar-nos na espuma dos dias que correm em Portugal, mas basta olhar com olhos de ver e observar o que se passa na nossa comunidade onde quase todos conhecemos a capacidade, os limites e as motivações de cada um de nós. 

É assustador como crianças inteligentes criadas e educadas com valores nobres se transformaram em adultos obedientes, subservientes e dependentes de medíocres. 

Como é que alguém incapaz para gerir a sua vida privada, profissional e familiar pode ser um bom gestor público? 

Um mau ser humano, um mau chefe de família, um trabalhador medíocre nunca será um bom pastor. 

Há demasiados detentores de cargos e responsabilidades a gerir recursos públicos a favor dos que lhe estão próximos num nepotismo, amiguismo e clientelismo atrozes.  

Os modos de ser e estar destes pequenos ditadores adiam o progresso e o desenvolvimento dos territórios e das comunidades. 

A mediocridade afasta os que tem espírito crítico, conhecimento, capacidade e asas para voar sem vender a alma.  

As comunidades perdem massa crítica e identidade. 

Ficam mais vulgares e fúteis. 

Perdem Futuro!  

Nelson Lopes – Licenciado em Ciências da Comunicação  

Pós Graduado em Jornalismo Judiciário e Gestão Autárquica