Opinião – As estradas da vergonha

Nenhuma região pode progredir quando tem as vias rodoviárias num estado calamitoso.
A EN 118 desde Alcochete a Abrantes, a EN3 desde Santarém ao Carregado, a EN 10 entre Vila Franca e Pegões, o IC2 entre Alenquer e Rio Maior são apenas alguns exemplos de vias estruturantes a precisarem de uma intervenção urgente e de variantes alternativas.
Os acidentes, alguns com perda de vidas, rebentamentos de pneus e danos nos veículos multiplicam-se. A infraestruturas de Portugal tem quase sempre uma justificação para declinar responsabilidades porque vivemos num país onde a culpa morre quase sempre solteira.
Não basta colocar tapetes novos nas estradas velhas. São necessárias intervenções de fundo.
É urgente retirar o trânsito das localidades construindo variantes que desviem o trânsito do interior de Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos, Almeirim, Alpiarça e Chamusca. Estas localidades são atravessadas por milhares de viaturas, uma boa parte pesada, que não têm nenhuma vantagem neste percurso. A sua circulação é geradora de insegurança, ruído, poluição atmosférica, danos nos prédios e infraestruturas. Acresce a perda de mobilidade e de tempo. E tempo é dinheiro para as empresas e um bem precioso para todos nós.
Outra preocupação tem a ver com os veículos lentos de apoio a agricultura e veículos de transportes especiais de resíduos que atravessam as localidades gerando morosidade e impactos ambientais redutores da qualidade de vida das comunidades.
Enquanto a obra de fundo não avança, o tão prometido IC3, o Governo deveria reduzir o custo das portagens na A13 (Marateca- Almeirim), na A10 ( Benavente- Carregado através da Ponte das Lezírias), na A1 (Vila Franca-Santarém) onde se pagam valores exorbitantes que afastam privados e empresas empurrados para as estradas nacionais na fuga a um custo insuportável para muitos dos eventuais utilizadores.
Neste ano de 2023, estão reunidas as condições para o PS cumprir promessas com mais de 20 anos.
Há uma maioria absoluta, os cofres estão cheios e o PRR tem fundos que podem ser aplicados nas operações.
E ainda: 2023 é um ano sem eleições… salvo se as trapalhadas continuarem.
Opinião – Nelson Lopes – Gestor de Comunicação