Opinião: Mário Reis – Como vamos ficar de Vinhos?
Na semana passada terminei a minha reflexão, publicada neste «lugar», com uma pergunta:
Com os toneis, pipas e armazéns cheios. Com uma vindima à porta… que soluções?
Escrevia sobre o setor vitivinícola, porque tinha saído muito apreensivo de uma “Audição Pública” promovida pelo Partido Comunista Português, sobre o tema «O impacto da pandemia nos pequenos produtores de vinho», que contou com a presença de alguns curiosos, de pequenos produtores locais e do deputado à Assembleia da República, Dr. António Filipe.
E o mais curioso é que não faltaram críticas e elogios ao setor, apoios e sugestões, soluções radicais e todas as certezas do mundo…
«É um fenómeno curioso:
O país ergue-se indignado,
Moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto.
Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.
Somos socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados.»
Miguel Torga, Diário XIV
Desde o fechar das fronteiras à importação de vinhos e uvas (como se os franceses não estivessem também com graves problemas), até à obrigação de as adegas cooperativas e os grandes armazenistas e produtores serem obrigados a receber a produção nacional possível (como se fosse um ato democrático a imposição de posturas públicas a entidades privadas), houve um pouco de tudo:
Apoiar o armazenamento, revitalizando as estruturas do Instituto do Vinho e da Vinha;
Apoiar o preço de venda;
Valorizar o preço do «pé» para a destilaria;
Legalizar a venda de vinho a copo, com petiscos, nas adegas dos pequenos produtores;
Ou, em último caso, melhorar o subsídio de 40 cêntimos por litro para transformação em álcool gel.
O Deputado do Círculo de Santarém, Dr. António Filipe, levou uma mão cheia de recados, esperemos que façam sentido e que os pequenos produtores de vinho consigam “arribar” desta situação.
Bem hajam e fiquem com SAÚDE!