Opinião – O Patrão Zé e o Estado

A maioria dos trabalhadores em funções públicas irá ter tolerância de ponto na sexta-feira dia 23, na segunda dia 26 de dezembro e na segunda-feira, 2 de janeiro de 2023.
O Manel, funcionário público chegou a casa e contou à família que o ´patrão` deu três dias em casa.
Lurdes, trabalha numa pastelaria e não vai ter tolerâncias de ponto, nem folgas, nem férias até ao final do ano. O patrão Zé Pasteleiro não tem mãos a medir nesta época e os seus empregados dão o litro para aproveitar o momento. Trabalham 12 horas por dia. No duro.
O pequeno empresário antevê um janeiro e fevereiro sofridos e espera amealhar um pé de meia no Natal para manter os postos de trabalho, pagar a Segurança Social, os impostos e as faturas da luz, gás e água nos meses em que as receitas da pastelaria irão cair a pique.
A diferença entre o gestor público e o Zé Pasteleiro é que o segundo depende do que for capaz de produzir e se não vender não come. A sua vida é um risco permanente.
Já o gestor público produza muito, pouco ou nada terá sempre o seu rendimento garantido e a possibilidade de impressionar os seus colaboradores com o dinheiro público gerado pelos Zés deste país que têm de dar o litro para sobreviver e poder sair à rua de cabeça erguida.
Opinião – Nelson Lopes – Jornalista desde 1990. Gestor de Comunicação